Diferentemente de muitos que alegam ter nojinho de baratas, a minha verdade é outra: sofro com medo delas. Sinto que as contrações ventriculares aceleram sempre que elas aparecem. São fingidas aquelas danadas. Fingem que morrem, que não voam, que são inofensivas. E se organizam num complô contra mim a todo momento em que estou sozinha. Juro que tentei curar-me desse pavor com a leitura de “A paixão segundo G.H.” de Clarice Lispector. Quis, no mais íntimo, ver baratas sob outros ângulos e perspectivas. Não dá. Sequer consigo me defender delas. “Ô, mainha!” – chamo como se fosse ainda uma criança de 6 anos. E olhe lá: tem pequenino que nessa idade já é mais corajoso que eu quanto a isso. Minha mãe sempre foi uma super-heroína em vários aspectos. Exterminadora de insetos em geral é apenas mais um deles. É... Tenho que tirar o chapéu e agradecê-la por todas as baratas que um dia retirou do meu caminho. Juro que quero ser igualzinha a ela quando crescer.
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